segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Você sabe o que é CHLAMYDIA?


A infecção pela Chlamydia Tracomatis é uma DST muito comum.
Estima-se que 15 % da população sexualmente ativa tenha a bactéria. 
Seus sintomas geralmente se traduzem inicialmente por um corrimento anormal (umidade excessiva) e queimação ao urinar, que com a possível progressão da doença, venha ocorrer dor abdominal  e/ou lombar, náuseas, febre, dor e/ou sangramento durante as relações sexuais.
Isto porque a contaminação inicialmente é vaginal  e com o passar do tempo a bactéria pode penetrar pelo colo uterino e atingir todo o útero assim como as trompas ovários e cavidade pélvica levando a quadro característico de Doença Inflamatória Pélvica.
No homem além da queimação ao urinar pode aparecer secreção na uretra, sendo encontrada também no anus e boca de homens e mulheres, visto que existe contaminação pelo sexo anal e oral.
Está cientificamente provado que a presença da Chlamydia  por diminuir a capacidade de resposta imunológica do hospedeiro (homem, mulher), facilita a contaminação e infecção pelo vírus H.I.V. e H.P.V.
Com a evolução crônica da doença, devido aos poucos sintomas iniciais é chamada de “doença silenciosa”, podem levar a causas de esterelidade e há uma constatação maior entre Chlamydia com câncer de trompas e de ovário (no mesmo exemplo de H.P.V.e câncer de colo uterino).
Nas grávidas aumenta o número de casos de parto prematuro, assim como a contaminação dos fetos , levando a quadros de pneumonia em recém-nascidos. No homem raramente é causa de esterelidade.
O diagnóstico pode ser feito por exames laboratoriais e o tratamento é a base de antibióticos específicos.
Em quadros de corrimentos persistentes a tratamentos ou, recorrentes, devemos pensar em Chlamydia. Principalmente em países europeus, é frequente o encontro de mensagens em lugares públicos, ressaltando a importância de diagnosticar a doença , em campanhas continuas de Saúde Publica realizada pelos Governos, dada a frequência, custos e potencial de sequelas envolvidos pela doença, em mulheres e homens.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Atenção dobrada a quadros repetitivos de infecção urinária


Uma queixa muito comum no consultório são sobre repetitivos quadros de infecção urinária. Algumas pacientes já chegam com o diagnóstico feito em função dos sintomas presentes que comparam com episódios anteriores.

Queixas de aumento de número de micções (vezes que urina),ardência e até incontinência aos esforços de tossir, rir, espirrar, são frequentes. Calafrios, picos febris ou mesmo febre alta e persistente podem ocorrer. Comuns também é a perda de apetite e náuseas, que eventualmente são os sintomas únicos no inicio do quadro. Sensação constante de bexiga cheia, ou mesmo dor no baixo ventre, geralmente são referidos.

Com um quadro rico em evidencias como o descrito acima, o médico tem como fechar o diagnostico e iniciar tratamento específico com antibióticos. Normalmente é pedido um exame de urina I e urocultura para ser realizado pós termino da antibioticoterapia, para confirmação da cura.

Fala-se em infecções urinárias de repetição quando temos acima de três episódios ao ano. 

Nestes casos é obrigatório investigação detalhada do sistema urinário para identificar possíveis causas e por ser mais frequente nas mulheres, um exame ginecológico meticuloso é muito importante. Em algumas mulheres, o uso de pílulas anticoncepcionais,infecções vaginais(corrimentos)e principalmente reter urina (por dificuldade de acesso ou restrições de banheiros em condições de uso ),são causas muito usuais. Ingestão diminuída de líquidos e cálculos renais propiciam infecções recorrentes. Em certas pacientes o uso de alimentos com acidez acentuada podem trazer alterações da acidez urinária, favorecendo infecções.

Pacientes com quadros de infecções urinárias de repetição devem ser tratadas com muita atenção porque podem gerar sequelas para o aparelho urinário, comprometendo a saúde e a qualidade  de vida.

Atualmente o uso de vacinas específicas e  de cranberry (fruta, também conhecida como oxicoco) na forma de suco ou cápsulas tem ajudado a diminuir a incidência desta patologia.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Nódulos de mama benignos


É um assunto que causa muita ansiedade, quando a mulher, seja por dor ou pela palpação no autoexame das mamas, sente a presença de nódulos, fica preocupada e prontamente procura seu ginecologista.
Os nódulos mamários benignos mais comuns são o fibroadenoma e os cistos mamários.
Os fibroadenomas são os tumores benignos mais frequentes, comum em mulheres abaixo de 35 anos, podendo ser único ou múltiplos em ambas as mamas, situando-se mais frequentemente nos quadrantes superiores externos das mamas, geralmente indolores, de limites precisos, móveis e de consistência endurecida. Geralmente tem crescimento lento, sendo palpável a partir de 1,5 a 2cm (tamanho de uma azeitona pequena). A taxa de transformação em tumor maligno é baixa, em média de 0,1 a 0,3%, ocorrendo em faixa etária maior, entre 45 a 50 anos, ou seja geralmente após 15 anos de seu aparecimento.
Os cistos mamários são mais comuns a partir de 35 anos, de aparecimento e crescimento súbito, únicos ou múltiplos, de contornos regulares, móveis e dolorosos. A consistência pode ser amolecida ou, quando o liquido intra-cistico estiver sob tensão, a consistência é endurecida. A frequência de incidência é de 7 a 10% da população feminina e a transformação em malignidade é muito baixa.
O diagnóstico inicial é clínico através do exame que o ginecologista realiza, com grande margem de segurança. A seguir o mais comum é a complementação com ultrassonografia, que irá definir a conduta a ser tomada, sendo que o exame define com precisão se o tumor é sólido (fibroadenoma) ou cístico simples ou complexo (cisto e sólido).
No caso dos fibroadenomas de tamanho superior a 2 cm a indicação é cirúrgica com a retirada do tumor sob anestesia. Nos de menor tamanho a conduta de seguimento clinico é a mais adequada, desde que não gere insegurança  e dúvidas na paciente. Nestes casos pode-se realizar uma biopsia com agulha fina durante a ultrassonografia que sela o diagnóstico.
Quanto aos cistos a precisão com a ultrassonografia beira aos 100%. Além de definir o tipo de cisto(simples ou complexo) pode ser realizado seu esvaziamento através de aspiração com agulha, durante o procedimento, cujo líquido aspirado é levado para realizar citologia, que comprova a benignidade. A indicação cirúrgica está reservada para os casos em que os cistos se formam novamente ou nos casos em que o líquido aspirado revela a presença de sangue. É preciso dar uma atenção especial aos cistos complexos, geralmente com indicação cirúrgica.
Como já colocado em post anterior, com a preocupação sadia de se realizar os exames de prevenção de câncer de mama, mamografia e ultrassonografia, é cada vez menos frequente o diagnostico de câncer de mama em nódulos grandes palpáveis pela paciente. Geralmente são tumores benignos.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Anticoncepção na peri-menopausa

Uma preocupação frequente entre as mulheres é como realizar uma anticoncepção segura no período de transição para a menopausa. Este período chama-se peri-menopausa e é definido como uma fase que tem inicio aproximado aos 45 anos e término após um ano da menopausa (último fluxo menstrual).

Nesta faixa etária as doenças crônicas como pressão alta, doenças cardio-vasculares e diabetes começam a ficar mais frequentes e associadas aos hábitos de vida, sedentarismo, tabagismo, devem ser consideradas em relação ao método contraceptivo a ser utilizado.

Nas pacientes saudáveis, os anticoncepcionais com hormônios combinados (estrógenos e progestagenos) são uma boa opção pois, controlam bem os ciclos e fluxos menstruais, que comumente começam a se alterar,t anto no período como no volume. Aqui temos as opções das pílulas orais, os adesivos, os injetáveis mensais e anel vaginal.

Nas pacientes com restrições ao uso de estrógenos (pressão alta, doenças cardiovasculares, enxaquecas, etc) o uso de minipílulas só com progestagenos, é uma boa opção.

O D.I.U. de cobre é interessante com a ressalva que pode facilitar fluxos mais abundantes e cólicas mais intensas, nestes casos o D.I.U. com componente hormonal, Mirena, torna-se atraente pois existe um maior controle sobre o ciclo e fluxo. O contraceptivo de depósito, injetável de 3/3 meses, aumenta o risco de osteoporose e facilita aumento de peso.

O método de barreira, camisinha masculina ou feminina, geralmente é causa de ansiedades e insegurança, não só por serem  menos eficazes mas também pelo fato de ser comum atrasos de fluxos e ciclos longos neste período. O oposto desta insegurança seriam os métodos cirúrgicos , a laqueadura para a mulher ou a vasectomia para o homem.

Outra pergunta importante é: quando suspender o método contraceptivo?

Nas pacientes que  utilizem métodos  hormonais devemos dosar hormônios que indiquem a menopausa, FSH e LH periodicamente, estes resultados irão orientar o momento de interromper. Nas pacientes que utilizam método não hormonal, interromper após um ano de falha de fluxo menstrual. Estabeleceu-se como parâmetro, 55 anos, a idade limite (média) de  ocorrer a menopausa.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Síndrome Metabólica


As alterações da Síndrome Metabólica podem ser diagnosticadas até por um simples olhar para o corpo do paciente. Explico.
A maioria apresenta aumento da circunferência abdominal, mostrando o acumulo de gordura nesta região, depositada abaixo da pele e dentro da cavidade do abdômen, para o qual damos o nome de gordura visceral. Medida com uma simples fita métrica , posicionada entre a bacia e o umbigo (na posição  de um cinto de calças) é considerada anormal se for maior que  88cm na mulher e 102cm para o homem. Ou seja, o sobrepeso ou obesidade é um fator de alerta.
Também fazendo parte do exame clinico, a aferição da pressão arterial mostra-se superior a 130X 85 mm de mercúrio.
Os exames laboratoriais acusam valores elevados de triglicérides (acima de 150mg/dl),de glicemia(acima de 100mg/dl), com baixa do bom colesterol (menos que 40 mg/dl para homens e menos que 50mg/dl para mulheres).
Estas alterações clinicas e laboratoriais normalmente começam a aparecer em tempos distintos e as vezes como única  alteração, por anos. As vezes o diagnóstico inicial é feito com todas estas alterações já presentes ao mesmo tempo.
Por isto que se torna importante conhecer o paciente em  seus hábitos alimentares e estilo de vida ponderando  seu nível de estresse, atividade física ou sedentarismo, assim como seu histórico de saúde pessoal e familiar para avaliar seu risco de vir a desenvolver ao longo de sua vida o quadro de Síndrome Metabólica.
O histórico familiar, de presença de obesidade, pressão alta, de derrames, diabetes, são sinais de alerta para o futuro deste paciente.
Então a presença de um ou mais dos fatores acima deve ser visto como um sinal de alerta, pelo paciente e seu médico assistente, para que medidas preventivas venham a ser tomadas, no sentido de evitar a instalação da Síndrome que, com o passar dos anos pode determinar o aparecimento de doenças de alta mortalidade como o infarto, derrames, outras doenças cardiovasculares, diabetes, etc.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Exame de glicemia


É muito importante, entre os exames rotineiros de avaliação de saúde, a glicemia.

Deve ser realizada anualmente e seu resultado expressa não somente se determinada pessoa tem ou não diabetes, mas também desvios metabólicos que hoje predizem se no futuro poderá vir a se estabelecer o diabetes.

Até pouco tempo atrás o valor da normalidade era de 120 mg/Dl, com orientações de jejum prévio de 8 hs para coleta de sangue, mas este valor limite veio caindo com o tempo e hoje é de 99 mg/Dl.

O exame não é só importante para quem tem antecedentes familiares de diabetes pois, a glicemia é um dos parâmetros de avaliação que compõe um quadro muito mais complexo – a chamada Síndrome Metabólica.

“Síndrome” define um conjunto de sinais e sintomas presente em um indivíduo determinando doenças e desvios de saúde. Na Síndrome Metabólica temos alterações de glicemia, de insulina, colesterol, aumento de pressão arterial e frequentemente de sobrepeso e/ou obesidade, que podem levar  com o tempo (dentro de um ambiente de estresse) ao sedentarismo e maus hábitos alimentares  a doenças como diabetes, Hipertensão Arterial, doenças cardiovasculares ( anginas, infartos, derrames cerebrais) decorrente de alterações inflamatórias e arteriosclerose que se desenvolvem insidiosamente.

E o início disto tudo pode ser devido a leves alterações do nível de açúcar no sangue, detectados pelo exame de Glicemia. 

No próximo post falaremos mais sobre parâmetros de avaliação da Síndrome Metabólica, se tiverem alguma dúvida em relação a esse assunto já podem me enviar que incluo no próximo post! 

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Infecção Urinária


A infecção urinária na mulher é mais frequente em relação aos homens, devido principalmente a fatores anatômicos que favorecem a contaminação da uretra por bactérias que se encontram na vulva e vagina. Comum também, pelo mesmo motivo anatômico, a contaminação por bactérias que se encontram no anus e ascendem , contaminando a uretra.
Quando a infecção fica restrita à bexiga, falamos em cistite e, se atingem os rins falamos em infecção urinaria alta.
Quanto aos sintomas, são muito variáveis, os mais comuns são: dor em queimação ao urinar, aumento do numero de micções, febre, dores no baixo ventre, enjoos, perda de apetite, dores lombares na região dos rins. As vezes , os sintomas são discretos, com leves calafrios e náuseas, somente.
A gravidade da infecção depende do tipo, quantidade e grau de agressividade da bactéria e do nível de altura que atinge as vias urinarias, sendo mais importante a que atinge os rins e menos importante a que se restringe à bexiga.
Há casos de mulheres com quadros repetitivos de infecção ao longo da vida sem lesão da função renal e, casos em que uma só infecção urinaria leva a lesão importante do funcionamento dos rins. Então é fundamental um diagnóstico precoce, clinico (pelos sintomas apresentados) e/ou laboratorial (exame de urina e cultura) para iniciar um tratamento eficaz com antibióticos. À parte do fator anatômico, como facilitador para infecções urinárias, várias causas podem contribuir, as vezes especificamente para determinada mulher, e devem ser identificadas com uma boa história entre ela e seu médico.
Preventivamente o mais importante a fazer é o que toda mulher  já ouviu e leu várias vezes, mas que nem sempre cumprem: habituar a uma ingestão generosa de líquidos e principalmente não “prender” a urina ,  esvaziando a bexiga frequentemente.