terça-feira, 30 de agosto de 2011

Infecção Urinária


A infecção urinária na mulher é mais frequente em relação aos homens, devido principalmente a fatores anatômicos que favorecem a contaminação da uretra por bactérias que se encontram na vulva e vagina. Comum também, pelo mesmo motivo anatômico, a contaminação por bactérias que se encontram no anus e ascendem , contaminando a uretra.
Quando a infecção fica restrita à bexiga, falamos em cistite e, se atingem os rins falamos em infecção urinaria alta.
Quanto aos sintomas, são muito variáveis, os mais comuns são: dor em queimação ao urinar, aumento do numero de micções, febre, dores no baixo ventre, enjoos, perda de apetite, dores lombares na região dos rins. As vezes , os sintomas são discretos, com leves calafrios e náuseas, somente.
A gravidade da infecção depende do tipo, quantidade e grau de agressividade da bactéria e do nível de altura que atinge as vias urinarias, sendo mais importante a que atinge os rins e menos importante a que se restringe à bexiga.
Há casos de mulheres com quadros repetitivos de infecção ao longo da vida sem lesão da função renal e, casos em que uma só infecção urinaria leva a lesão importante do funcionamento dos rins. Então é fundamental um diagnóstico precoce, clinico (pelos sintomas apresentados) e/ou laboratorial (exame de urina e cultura) para iniciar um tratamento eficaz com antibióticos. À parte do fator anatômico, como facilitador para infecções urinárias, várias causas podem contribuir, as vezes especificamente para determinada mulher, e devem ser identificadas com uma boa história entre ela e seu médico.
Preventivamente o mais importante a fazer é o que toda mulher  já ouviu e leu várias vezes, mas que nem sempre cumprem: habituar a uma ingestão generosa de líquidos e principalmente não “prender” a urina ,  esvaziando a bexiga frequentemente.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A tireóide


Você acorda de manhã, após uma noite de muita insônia, com cansaço e meio depressiva, levanta e escova os cabelos e percebe que vários deles ficam presos na escova. Passa um creme hidratante, pois a pele está muito ressecada, sobe na balança do banheiro e confirma o sobrepeso. Para sair de casa veste uma blusa a mais, pois sente uma intolerância ao frio que suas amigas estranham. No trabalho tem dificuldade de concentrar-se e percebe que  a memória várias vezes lhe falha. Esqueceu até que tinha horário agendado com o médico onde chegou com atraso e com ele confirmou, com os exames, o quadro de hipotireoidismo.
Estes sinais e sintomas, e não necessariamente todos eles juntos, são freqüentes e definem um disfunção da tireóide, que é uma glândula que se situa no pescoço e é responsável por muitas ações no corpo. Sabe aquela amiga  elétrica, agitada,  ansiosa, de fala rápida , que todos notam que ela come muito e esta sempre magérrima, pois é, ela pode estar tendo um quadro de hipertireoidismo, que é também decorrente de uma disfunção, no caso uma excessiva produção de hormônios da tireóide.
Frequentes também são os quadros de tireiodites, que resultam de processos inflamatórios, tóxicos e de resposta auto-imune, que podem  afetar a tireóide, levando tanto a  hiper como hipotireoidismo, ou mesmo estar presente sem afetar a produção hormonal.
Todas estas alterações são passiveis de tratamentos relativamente simples, porém importantíssimos para o equilíbrio hormonal  e metabólico do corpo porque, como já dito anteriormente existe uma sinergia  e uma interdependência entre todos os hormônios produzidos. Geralmente exames de sangue e Ultrassonografia são suficientes para definir diagnóstico.
Como consequência destas alterações da tireóide a mulher pode apresentar mudanças no ciclo (aumentar ou diminuir o período),  no fluxo ( maior , menor , ou volume não habitual), deixar de menstruar e até ser  causa única de infertilidade de um casal.
Por isto, mais uma vez, veja como é importante uma boa conversa entre você e seu médico, para detecção destas disfunções que nem sempre se apresentam tão claramente como citado.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cesária “RANKING”

Se olharmos as estatísticas no mundo as taxas de cesarianas nos mostram dados interessantes. A OMS (Organização Mundial de Saúde) determina que a taxa de 15% é a referência que traduz um bom atendimento obstétrico à gestante.

Em certos países africanos a taxa é inferior ao índice adequado e a mortalidade materna chega a ser de aproximadamente 10% e, isto ocorre por absoluta falta de assistência medico-hospitalar e de barreiras de acesso de cuidados à população.

Na outra ponta de desenvolvimento econômico e de assistência médica temos os países escandinavos - Republica Checa e Holanda com índices que beiram 18%. Brasil, Coréia do Sul,Itália e México, lideram as taxas mundiais ,que oscilam entre 30 a 35%, indicando no que parece, que países com modelo altamente medicalizado,com uso de boa tecnologia e pouca participações de obstetrizes (parteiras), como é o caso de zonas urbanas brasileiras , propiciam estes índices.

O mundo inteiro aceita que a cesária é uma intervenção cirúrgica concebida para diminuir o risco de complicações maternas / fetais durante a gravidez e trabalho de parto, não sendo isenta de riscos porém, as medidas de segurança são cada vez maiores e eficazes.

Se por um lado a maioria dos profissionais entende que a indicação é prerrogativa do médico, outros relatam que com as melhorias de técnicas cirúrgicas, e na prevenção de infecções, favorecem a intervenção da mãe e ou familiares na determinação do tipo de parto a ser realizado, diminuindo ansiedades e inseguranças tão freqüentes nestas situações.

O debate está aberto e muito já se falou a respeito.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Não menstruei, e agora?

São comuns as queixas de irregularidades menstruais durante a vida de uma mulher e geralmente um atraso menstrual, ou menstruar mais de uma vez num único mês deixam as mulheres muito preocupadas.
Ciclos longos, curtos, fluxos que variam em número de dias e volumes e ás vezes com inicio inesperado são comuns na adolescência, porém a partir de uma certa idade , cada mulher percebe seu padrão mensal e é este que deve ser a referência para a normalidade - o mais freqüente são os ciclos de 28 dias com fluxo em torno de três dias.
A manutenção de um padrão está fortemente relacionado à ciclos em que há ovulação e é esperado que um a dois ciclos no ano sejam diferentes, isto é , não ovulatórios.
No mais, caso a mulher não faça uso de medicamentos hormonais, sejam eles quais forem, podem ocorrer irregularidades que se permanecendo por mais de dois ciclos, devem ser investigados. Os mais freqüentes são em decorrência de desequilíbrios no principal sistema que controla a função sexual, o eixo hipotálamo/hipófise/ovário, que geralmente são transitórios e reversíveis.
Porem como já falado em posts anteriores, a interdependência e inter-relações dos diversos hormônios que nosso corpo produz podem levar a alterações de ciclos e fluxos menstruais, por disfunções que estejam afetando a tireóide, a supra-renal, etc.
Outros fatores que podem estar envolvidos, que na realidade são freqüentes porém pouco reconhecidos, são os associados à alimentação - desvios como por exemplo a bulimia, onde a falta de menstruação é característico, assim  como  em atletas de alta performance, onde as vezes as alterações são tão comuns que pegam de surpresa uma gestação já avançada, não diagnosticada precocemente (recentemente uma jogadora de basquete, descobriu estar grávida de sete meses , porque seu padrão de referência era ausência de menstruações)
Sabidamente reconhecida por grande maioria das mulheres, as alterações emocionais em seus diversos graus ou em patologias psiquiátricas, podem afetar a função hormonal impactando também o ciclo e fluxo menstrual.
Percebam que até agora não foi falado em “cistos de ovários” ou “tumores”, que normalmente é a primeira associação que muitas mulheres fazem quando ocorrem alterações menstruais consistentes. Antes de se preocupar, procure seu médico! Ele vai poder te ajudar.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

“Nós envelhecemos porque nossos hormônios caem”

Todas as funções de órgãos e sistemas do nosso corpo estão sobre controle dos hormônios que produzimos. Se dormimos bem e com qualidade é devido à melatonina, uma boa resposta frente a uma situação de stress é resultado da ação do cortisol, se temos um desempenho esportivo bom, devemos em parte ao hormônio do crescimento.

Nosso peso e equilíbrio de gasto e consumo de energia quem controla são os hormônios da tireóide, as características secundárias que distinguem uma mulher de um homem e todo sistema reprodutor dependem da ação dos diversos hormônios sexuais. Nossas características psico sociais e comportamentais, nosso caráter e funções mentais são definidas e controladas por hormônios.

O mais importante é que para que todas estas funções sejam executadas com eficiência máxima é necessário um sinergismo adequado entre todos estes hormônios, como metáfora, como se fosse uma orquestra, na qual cada músico precisa entrar em sintonia com os outros para resultar em uma boa apresentação.

Assim funciona nosso corpo , ou melhor dizendo, deveria funcionar, por que devido a inúmeros fatores intrínsecos , extrínsecos e do meio ambiente que atuam no individuo, levam a desequilíbrios que se não corrigidos originam disfunções e doenças.

Outro problema é que esta plenitude e eficiência da maquina “corpo humano” começa a se complicar a partir dos 25 a 30 anos, idade na qual a produção da maioria destes hormônios, começam a diminuir, justificando o titulo do post.  Da somatória decorrente dos desequilíbrios de funções e déficit de produção hormonal, está a base de nosso envelhecimento.

Lembrando que a expectativa de vida média atual é de 80 anos dá para avaliar a quantidade de “desafinos” que esta orquestra certamente mostrará no decorrer dos anos, traduzindo em diminuição de qualidade de vida e as vezes a interrupção abrupta da música.

Acredito que deve ter ficado claro o conceito de equilíbrio hormonal como base para nossa saúde, e a consequência dos desequilíbrios e déficits como causa de doenças e envelhecimento.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A polêmica da reposição hormonal na menopausa

É muito frequente a pergunta sobre a reposição hormonal no climatério. A dúvida existe porque os vários canais de comunicação alternam informações a favor e contra a reposição, confundindo bastante as mulheres.

Lógico que a posição de seu médico perante o assunto é importante, porém, mesmo no meio de uma conversa informal ou formal de médicos as opiniões divergem. E isto acontece principalmente devido a formação individual de cada profissional, de sua experiência na área e da sua escola de medicina.

Se levarmos em conta que a expectativa média de vida de uma mulher atualmente é de 80 anos, ela viverá quase a metade deles sem o suporte hormonal que havia antes da menopausa!
E se somarmos o fato que devido ao envelhecimento as doenças crônicas (hipertensão, aterosclerose, diabetes, artroses, etc) e vários tipos de câncer aumentam com a idade , o que será que a medicina deve oferecer de melhor a esta paciente em termos de promoção de saúde e prevenção de doenças para melhorar sua qualidade de vida?

Esta resposta tem que ser individualizada e determinada entre a paciente e seu médico de confiança, depois de todo um processo de avaliação de histórico familiar, pessoal, de doenças e restrições atuais.

Por exemplo, a incidência de câncer de mama continua aumentando, porém devido a ação preventiva cada vez mais frequente eles são diagnosticados mais precocemente, com maior índice de cura e com menos cirurgias agressivas. Por outro lado sabe-se que a mortalidade por decorrência de complicações de fraturas ósseas devido à osteoporose é maior que a mortalidade pelo câncer de mama.

Ter a ciência que os hormônios agem em todos os órgãos e processos metabólicos , físicos, mentais e psicosociais do corpo e não só na esfera sexual e reprodutiva, é fundamental.

E por último, definindo-se a indicação de reposição, talvez o mais importante seja qual tipo de hormônio e por qual via utilizar: natural, sintético, via oral, injetável, transdermico, implante?

E você, já ouviu falar em hormônio bio-identico?

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Vamos nos conhecer

Durante as várias fases do ciclo menstrual a mulher produz secreções, que se traduzem por corrimentos transparentes, esbranquiçados ou levemente amarelados. A percepção de volume, umidade e incomodo é variável e depende da sensibilidade de cada mulher.

Muitas usam absorventes de uso diário; o que para algumas é solução, para outras é causa de problemas posteriores, pois o impedimento de ventilação na área genital favorece o crescimento de fungos e bactérias.

É por este mesmo motivo que o ginecologista orienta para que a paciente use roupas adequadas, de preferência não sintéticas, como saia ou vestido, evitando calças de tecido pesado ou de cavalo justo, principalmente em certos dias do mês onde a presença da secreção é maior (como no período de ovulação). E é por isso também que muitas mulheres tem o hábito de dormir sem calcinha!

Então, cuidados com o tipo de roupa, tomar banho diariamente, usando se preferir, sabonete liquido para higiene intima (com pH abaixo de 6) melhoram o desconforto que estas secreções normais trazem. Outra causa comum de aumento de secreção vaginal são os quadros alérgicos; provocados por certos tipos de tecidos , geralmente sintéticos, utilizados na fabricação de roupas intimas ou, no uso de produtos de higiene externos ou, internos. A diferença é que além do aumento de secreções , há presença de irritação, coceira e vermelhidão na região vulvar e as vezes vaginal.

Reforço a importância de não usar protetores de calcinha diariamente ou, absorventes com películas plásticas durante o período menstrual, pois ambos além de impedir uma transpiração, fazem aumentar a temperatura local propiciando condições ideais para infecções que podem por exemplo, causar quadro de dores no baixo ventre, à relações sexuais ou ao urinar, porém esta é outra história que contaremos em posts futuros.