segunda-feira, 11 de julho de 2011

Quem não ouviu falar em Ovários Policísticos?

Difícil encontrar uma mulher que não falou, comentou, ouviu ou disse ser portadora desta doença chamada de “síndrome da mulher moderna” em conversas do dia a dia.

Tanto que atinge cerca de 4 a 7 % das brasileiras e, além de sua associação com a infertilidade (15% das causas de dificuldade para engravidar) soma-se uma incidência maior de síndrome metabólica, com o passar dos anos.

Caracteriza-se como um distúrbio hormonal, com o aparecimento de múltiplos cistos nos ovários, com elevação de dos níveis de hormônio masculino (androgênios) no organismo feminino, acarretando em irregularidades menstruais, acnes, seborreia, aumento de pelos e peso, com frequentes ciclos sem ovulação.

O diagnostico é feito pela história e exame clinico/ginecológico, complementado pela ultrassonografia e dosagens hormonais.

Chamo a atenção quanto a fertilidade, pois se observam muitos casos de gravidez não desejada, pela errônea associação com esterilidade após o diagnóstico do quadro, levando a uma despreocupação de método anticoncepcional.

Nas mulheres que tenham dificuldade para engravidar, as drogas indutoras de ovulação se mostram cada vez mais efetivas, trazendo tranquilidade e, diminuindo ansiedades que surgem desde o diagnóstico, em relação a futura maternidade.

O que se tem mostrado muito importante é a associação com um aumento de doenças crônicas, futuras na vida destas pacientes, em relação a população geral, como: hipertensão arterial, doenças cardiovasculares (infarto, derrames), diabetes e dislipidemias(aumento de colesterol), doenças estas que fazem parte do que chamamos de Síndrome Metabólica. Por este motivo, torna-se prioritário o seguimento clinico preventivo destas pacientes desde o diagnóstico, para preservação da qualidade de vida .

O ginecologista torna-se seu maior parceiro porque , além de cuidar da patologia hormonal atual com atenção a orientações de anticoncepção , cuidados estéticos(acnes, seborreia, pelos)e abordagem para futura maternidade, precisa conscientizar a paciente para um programa de saúde envolvendo atividade física, alimentação saudável e, controles médicos/laboratoriais regulares para detecção precoce de possíveis alterações que indiquem doenças crônicas futuras.

Este conceito de atendimento global e interdisciplinar é fundamental porque temos que enxergar a mulher portadora de ovário policístico e, não o ovário policístico de determinada mulher.

Nenhum comentário:

Postar um comentário